terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Hoje





Vai passando o tempo...
devagar (quase parado), agitado,
como nuvem guiada pelo vento
sem destino, num sobro se esvaindo.


O tempo tempo não se arrepende de ter passado,
não volta atrás...
apenas vai nos levando,
escrevendo nossa história,
deixando boas e más lembranças na memória.


Queria ver o tempo passar,
a existencia apalpar,
mas ele não se curva ao meu querer,
não se deixa dominar...
apenas segue seu destino.


Vai passando o tempo...
e com ele vou passando os dias,
mesmo não não querendo que alguns dias passem,
e implorando para que outros inexistam.


Só me resta clamar para,
que o passar do tempo me ensine a viver um dia de cada vez.

Riva

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O VENTO



Quando o vento soprar...
quero sentir seu sopro vindo de direções diversas
levantando poeira, dando assas às folhas, convidando arvores a bailar 
“vê-lo” passar, mesmo que seja impossível para ele olhar

Quando o vento soprar...
fitarei as nuvens, feito plumas no ar
será o anuncio de tempestade?
aguardarei a chuva ou quem sabe o sol...

Quando o vento soprar...
celebrarei a liberdade naturalmente “indetível”
o triunfo da força invisível
o navegar do veleiro

Quando o vento soprar...
levará pra longe a tristeza
dissipará o nevoeiro 
fazendo brilhar o Sol da Justiça...
sobre aqueles (como eu) dependentes do sopro do Vento.

Riva


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Conversas





Cruzamento de palavras conexas ou desconexas,
no contemplar de olhares próximos ou distantes
desfile de interesses
revelando boas ou más intenções
coisas que o simples aparente não é capaz de desvendar.
Risadas, tensão, silencio...
ingredientes próprios de cada momento,
no ajuntamento dos seres de diversos viveres, saberes e percepções
cada parte envolta no partilhar (mesmo que em silencio)
interação familiar, encontro de amigos, imprevistos (não por acaso)
envolta da mesa ou em qualquer outro lugar onde a gente se encontrar.
Assim é a vida...
feita de conversas!

Riva

Caminho




No transitar por muitos caminhos, vivemos.
Incontáveis incertezas cobertas pela certeza de que
há trajetos inevitáveis aos peregrinos errantes...
fortes, frágeis, quase perdidos nas trilhas do viver cotidiano,
seguindo sob o sol e a lua, regados pela insistente garoa.

Ambientes desafiadores, repletos de armadilhas e tantas sutilezas,
por eles a vida vai nos levando...
escorregando, caindo, levantando,
seguindo com ou sem rumo,
rumo a algum lugar... logo ali... distante daqui.

Há caminhos cercados de espinhos,
entre os quais brotam rosas, diversas flores e cores,
as trilhas são os “livros” nos quais nossa história vai sendo escrita passo a passo,
no compasso dos dias, meses e anos.

Por vezes nos falta sabedoria (quando a temos),
acabamos “cegos”, sem a percepção dos guias...
assim, tomamos atalhos,
na tentativa de encurtar o caminho, remir o tempo.

Nos perdemos!
Então o que nos resta é retornar ao Caminho.

Riva

terça-feira, 15 de julho de 2014

Holofote




De longe...
surgindo do "nada"
rompendo nuvens, acordando a madrugada
holofote do existir diário
luz que não se apaga...

apenas ilumina o outro lado
debaixo dele acontecem tantas coisas...
e outras tantas que deixam de acontecer
eis a "realeza", brilhando sobre justos e injustos
assim é o sol...
incapaz de deixar de ser senhor do seu próprio brilho.

Riva

sexta-feira, 11 de julho de 2014




Quem observa a flor...
Inala o perfume
Percebe a cor
Contempla a pureza
Se rende ao simples
Se encanta com o que é capaz de produzir a natureza
Quem observa a flor...
Simplesmente se apaixona.

Riva

terça-feira, 8 de julho de 2014

Dança



Balé de cores
Bailarinas de múltiplas faces e asas
soltas no ar, feito papeis ao vento

libertas do ser que as limitava
no ritmo da transformação natural

embalando a imaginação de quem a observa
vendo-as flutuar por entre as flores,
no rastro do perfume espalhado pelo jardim
contemplação de incomparáveis belezas,

frágeis, porém imponentes,
sendo elas mesmas, pura e simplesmente.
Tento persegui-las com os olhos,

mas, ligeiras logo fogem
peritas na arte da camuflagem
bailando ao som do silencio,
na coreografia da vida...
do viver que não se prende,
por não buscar futilidades...
apenas segue bailando pelos jardins diários

Riva

Sopro



Sopro invisível dando "asas" às nuvens,
coberta para o sol...
cinzenta descrição da manhã nublada, fria...
ensaios do Eterno,
na soberana arte de pintar os dias.

Riva