terça-feira, 12 de novembro de 2013



A tarde me faz alçar voos imaginários
levando os muitos pensamentos e desejos ao secreto
no secreto...
guardo-os em segredo
repousando solitário


Riva

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ESCURECEU



O anoitecer nos atrai para ao escuro
nos revela segredos
aponta o caminho para o dia seguinte
na escuridão noturna há clareza nos desejos
tantas inspirações ao alcance dos coração sensíveis
plena visibilidade nas coisas invisíveis

AMANHECE



Neve, chuva
brisa congelante
anestesiando os movimentos
desanimando a coragem de sair de casa
nos convidando a ficar cama
mas...
lá fora está está a realidade
sigamos em direção a ela



Riva

SOB O FRIO



Fogo na lareira
vinho nas taças
envolto nas cobertas
meditando nos versos do poema
aguçando a imaginação
aflorando o romantismo

O frio...
apela ao aconchego
degustar de massas, doces
celebração dos quitutes
despertando sentimentos e desejos
levando-nos por outras vias

Nelas...
inúmeras surpresas
raras belezas!


Riva

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ONTEM



Lá se foi
dando as costas
caminhando lentamente
destino oposto aos nossos desejos
habilidosa arte de impor distanciamento
seguiu seu caminho

Aqui ficamos a espera
bastava-nos e um simples olhar
queríamos revê-lo

mas...
ele se foi
ficou a distancia corroendo sentimentos
rasurando a história
alimentando a saudade
ofuscando a memória

O ontem se foi
amanhã continuará indo
seguindo seu caminho
além da saudade...
nos resta é o hoje

Riva Santos

TARDE



A tarde ainda é cedo
renovo da esperança
tempo de recomeço 
enxugue as lagrimas 
dê as costas ao medo

A tarde revela segredos
inspira a confiança
resgata virtudes
traz à memória histórias da vida

A tarde é simples
passar com rapidez
só não se esquece de nos convidar
a viver um momento de cada vez

Viva à tarde...
antes que seja tarde demais
e outra tarde se recuse a chegar

Riva Santos

IRRACIONAL



Observando plantas
me deparo com a imensidão de cores
Observando flores
acabo envolto nas fragrâncias
Diante do mar
aceito o convite à calmaria
Observado animais
não me estranha à irracionalidade
Observado pessoas
mergulho no incompreensível,
inconstante...
constante complexidade
em relação aos “racionais”
sou irracional

Riva Santos

MAR



Imensidão azul 
desfile de tons, formas
seguindo o balanço do vento
sossego quebrando nas ondulações

Profundo
revolto
tranquilo
beijando a areia

Recital de alento
indo e vindo “orquestradamente”
sinfonia de pureza

Convite aos desbravadores
Marujos
Poetas
Pescadores

Diante de tal maravilha...
Me assento na areia
Rendido ao espetáculo
Como mero expectador

Riva Santos

terça-feira, 7 de maio de 2013

AMANTE



Amo o amor...
Amor de quem me ama
Amor que me ensina amar
Por amor, odeio o ódio

Amo o perdão...
Perdão de quem me perdoa
Perdão que me ajuda a perdoar
Perdoando sou perdoado

Amo a verdade...
De tudo que é verdadeiro
Verdade que me ensina a ser quem sou

Amo pessoas...
Pessoas com as quais me relaciono
Que me fazem enxergar as diferenças
Nelas, vejo que sou como elas

Amo flores...
Falam por meio das cores
Dos perfumes
Inspiram amores

Amo poesia...
Ela me permite viajar sem sair do lugar
Brincar com as palavras
Ser artista nos versos

Amo a vida...
O viver me permite amar
Amando sigo vivendo


Riva 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

GUERRA



Elas não tem fim
Os conflitos estão por toda parte
Os piores ocorrem dentro de nós
Fruto da nossa própria natureza “desumana”

O viver diário nos “campos”
Impõe regras
Ergue cercas
“uniformiza” o disforme
Separa oprimidos e opressores
Pauta discursos, olhares, gritos
Silencia vozes inocentes

Convivemos com tais disputas
Internas ou externas
Defendemos ou atacamos
Gritamos ou fazemos calar os gritos
Dependendo das circunstancias...
Estaremos deste ou daquele lado da cerca


Riva Santos


Tarde...
perita na arte de nos convencer
envolvendo com fatos, memórias, retratos
de tantas manhãs

Tarde...
preparas o caminho do anoitecer
como quem põe a mesa
convidando todos os tipos
assentados para ouvi-la
mestra na arte de expor a realidade
com suas benesses e maldades

Tarde...
chegastes cedo pra quem é da noite
tarde pra quem da manhã
de todas as formas és instrumento do divino
que por teu intermédio escreve nossa história
traça o destino

Tarde...
nos leva pela estrada que conduz ao por do sol
abre a porta do anoitecer
inspira cafés, chás...
aguça a tal criatividade

Tarde...
te seguirei até o final do dia
quando a noite chegar
te direi: até amanhã


Riva

sexta-feira, 5 de abril de 2013

VIDA



Feito vento que passa
Dias ensolarados, nublados, temporais
Ser sobre o qual não se tem domínio
Dócil, felino

Não temos as chaves de suas portas
Entramos sem saber
Saímos mesmo sem querer
Não somos os donos da casa
Apenas convidados a desfrutar
Encarando os desafios que o estar nela nos reservar

Surpreendente
Indomável senhora do existir
Dona das decisões
Não se dobra a insistência
Segue o ritimo, a rotina
Levando tudo e todos

Não nos ouve
Apenas nos conduz
Decidida em seus planos
Não aceita quem não queira viver
Parceira de quem segue na alegria ou no sofrer
Assim é a vida


Riva Santos

ATITUDES



Havia um brilho em seu olhar
Brilho capaz de iluminar o ambiente
Contagiando todo tipo de gente
Quem atentamente lhe observa 
Sabe do que estou falando...

Com o passar do tempo
O brilho se esvaiu
Por detrás das nuvens sucumbiu
Desfigurando-lhe o semblante
Tornando-a irreconhecível ...
Quem sabe revelando o ser real
Que o brilho escondia

Quem persiste em observá-la
Pode enxergar para além do brilho que se foi
Verá que as reais virtudes perpassam as aparências
Sendo perceptíveis apenas na diária convivência
Nela, o brilho interno é o bem mais precioso
Refletido nas atitudes


Riva Santos

quinta-feira, 14 de março de 2013

POR TRÁS DA FACE



O que há por trás da face de uma mulher?
Há muito mais do que se vê 
algo além do olhar, do riso, do jeito de ser
cousas ocultas ao ver dos olhos
percepções que somente o coração é capaz de obter

Quem não vê com o coração terá incorreta compreensão
certamente perderá a essência 
Como artista negligente no apreciar da arte
perderá o sentido de ter convido com o belo
A beleza que não se vê como o ver dos olhos

O que há por trás da face de uma mulher...
transcende a miopia do machismo
frustra a resistência das culturas
está presente na gestação, no ser mãe,
nos valores comuns do ser gente, como outras gentes
no intelecto, na sensibilidade, na fibra

Por trás da face de uma mulher...
há alguém singular
cujos valores são tão belos
quem nem o coração do poeta vê com clareza

By Riva Santos

INCOMPARÁVEIS



Em relação às flores, transcendem tipos e cores
Os perfumes invejam sua fragrância sem igual
O imenso oceano não as alcança
As mais finas joias reverenciam seu inestimável valor
Qual estrela é capaz de brilhar como elas?
Mais intensas que o fogo
Variáveis como os ventos
Sensíveis sem perder a resistência
Ante elas a indecisão se apavora
Como águias veem do alto
Poderosas andando sobre os saltos
Todos os lugares lhes servem de passarela
Incomparavelmente belas
Sim!
Aquelas a quem qualquer comparação é descabida
Simplesmente...
Únicas!
Simplesmente...
Mulheres!

By Riva Santos

O VENTO



Se há doçura no vento
Não sei como apreciar
Essa coisa que sopra 
Que muda de direção
Se nega a me informar

O que faço com seu “sabor”?
Que gosto tem?
Pra onde vai?
De onde vem?
Não o vejo!
Resta apenas o balanço das árvores
Desencontro das folhas

Doce vento que afasta o calor
Impulsionando nuvens
Agitando os longos cabelos que lhe caem sobre os olhos
Armando o cenário para o temporal
Tempestade de amor
Que encanto há nesse “sabor”...

Riva Santos

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

TRILHA




Partindo do Canto dos Araçás...
Caminho estreito sob as árvores
Subidas, descidas, pedras, folhas
Deslumbrante visual
Margeando o belo cartão postal

Cantam os pássaros, escorre a água 
Natureza cheia de riquezas e encantos
Na Lagoa, navegam os barcos
Indo e vindo da vila

Segue o roteiro... 
Deixando para trás o barulho
Tantos entulhos do viver urbano 
Trilha que leva à Costa da Lagoa
Porção encantada, da perola por Deus desenhada...
Florianópolis!


By Riva Santos

MIRANTE



Roteiro íngreme, contornado os obstáculos
Rumo ao topo do morro
No alto, ao relento, olhos atentos
Impossível não se maravilhar com tal momento
Natureza nos brindando com seus encantos
Pintando de verde, azul e branco
Mata densa, suspensa pela montanha

Como no verso do Rancho:
“Lagoa formosa, sestrosa, dengosa, vem nos espelhar”
Cortada pela ponte
Seguida de perto pela Via das Rendeiras
Alvas dunas expostas ao sol

Ao longe...
Completando o cenário
Mar que circula a terra, beija a areia
No mirante, o visitante se maravilha com a vista...
Eis a Lagoa...
Lagoa da Conceição


By Riva Santos

COMO VENTO



No embalo do vento
Folhas em movimento
Indo, vindo, frescor produzindo

Vento passageiro
Ordeiro, desordeiro
Agitador de mares
Causador de tempestades

Em dias de calor
O vento tem especial “sabor”
Digno de ser apreciado

Como folha refém do sopro
Desejo por ele ser levado
Apenas seguir, sem resistir

O vento é livre
Como deveriam ser os homens
Forte, fraco
Não para de soprar

Quero ser como vento
Apenas...
Continuar sendo eu mesmo

By Riva Santos

TEATRO



Os retratos nem sempre descrevem a realidade
No palco, cortinas fechadas
Olhos fixos, murmúrios...
Plateia impaciente, aguardando o “show”
Nos bastidores, “atores”...
Sujeitos comuns, assumindo seus personagens
Mascaras, maquiagem, belo figurino
Os espectadores querem diversão
Preferem o faz de contas, à realidade
No intimo dos “artistas”...
A batalha se trava...
Como encenar, se o teatro não esconde a realidade interior?
Cansados das “fantasias”, dão as costas à plateia ...
Mesmo desagradando a maioria


By Riva Santos

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SABOR DO AMOR



Qual o sabor do amor?
Depende do gosto de quem ama...
Do aroma de quem é amado
Varia no decorrer do tempo
No “degustar” paciente
Reflexos de cada momento,
Amor suave, acido ...
Força preenchendo todo espaço
Dando brilho aos olhos
Fazendo corações reféns
Amor que inspira poemas
Dá letra a canções
Resolução de dilemas
O amor tem seus próprios sabores
Coisas que somente os amantes são capazes de descrever


By Riva Santos